Ciclone subtropical provoca chuvas intensas no Oceano Atlântico Sul (2019)

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Matéria publicada em 18 de Março de 2019. Ciclone subtropical provoca chuvas intensas no Oceano Atlântico Sul!

A semana começa com temporais entre o Paraguai, a Argentina e o Uruguai (divisa com os estados do Sul) e parte do Sudeste do Brasil, associados à convergência de umidade em baixos níveis, ocasionando em chuvas volumosas por todo o país. No último final de semana, no domingo (17/03), agência NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration) marcou o Oceano Atlântico Sul, chance para um ciclone sub/tropical na região Sudeste, ao norte do ES, afastado da costa brasileira. A baixa pressão de características tropicais, sinalizados por alguns modelos GFS, ECMWF e GEM sugerem grandes acumulados de chuvas, que poderão vir acompanhadas de descargas elétricas, vendavais de 100 km/h e queda de granizo, associado ao calor e à umidade. Lembrando que ciclones tropicais funcionam como aspiradores de pó. Atenção para as linhas de instabilidades (LI) que poderão ocasionar em SCM (Sistema Convectivo Mesoescala) ou CCM (Complexo Convectivo Mesoescala). Nos casos mais graves das tempestades, não se descarta chance para “tempo severo” em alguns estados do Sul, Centro-Oeste, do Sudeste e parte do Nordeste.

Linhas de instabilidades podem produzir CCM (Complexo Convetivo Mesoescala) ou SCM (Sistema Convectivo Mesoescala). Nas áreas sinalizadas em vermelho, risco para tempo severo. Na cor laranja, chuva forte. Não se descarta chance para formação de “tornados” devido as nuvens convectivas.

A história dos ciclones sub/tropicais no Atlântico Sul

A formação de ciclones tropicais é algo bastante incomum no Oceano Atlântico Sul devido à uma série de fatores, dentre eles, a ausência de sistemas profundos e persistentes de baixa pressão atmosférica, a temperatura mais elevada da água e ao cisalhamento do vento em altitude, o que atrapalha a manutenção das tempestades. Mas isso está mudando com o passar dos anos.
Pelo menos até abril de 1991, acreditava-se que ciclones tropicais não teriam condições de sobrevivência no Atlântico Sul, principalmente pela ausência de uma zona de convergência de ventos e umidade e pelo forte cisalhamento no vento na coluna troposférica. No entanto, no mesmo período, o National Hurricane Center (NHC), dos Estados Unidos, confirmou o desenvolvimento de um ciclone tropical sobre o Oceano Atlântico Oriental, mas que não deixou danos. Estudos anteriores já haviam questionado, através de dados sinóticos e imagens de satélite, a ocorrência de outros eventos em 1970 e 1994. Os registros de ciclones tropicais do NHC mostram que no Atlântico Sul somente um evento foi registrado em toda a era de monitoramento, o furacão “Catarina”, na costa brasileira, em 2004.

Nos últimos anos, no entanto, foi notado um aumento na frequência de ciclones subtropicais e que estão evoluindo para tempestades subtropicais ou até mesmo tropicais, principalmente na costa do Brasil. Diante do cenário observado, o Centro de Hidrografia da Marinha do Brasil, desde 2011, adotou uma nomenclatura para a formação de sistemas de baixa pressão atmosférica subtropicais ou tropicais, quando apresentam vento sustentado acima de 65 km/h em sua área de atuação. Todos em alusão à tribo indígena Tupi-Guarani.

Nomes dos ciclones subtropicais nomeados pela Marinha do Brasil, órgão responsável pela bacia desde 2011, em acordo com a agencia NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration), tais como: Arani (tempestades subtropical em 14/03/2011), Bapo (tempestade subtropical em 06/02/2015), Cari (tempestades subtropical em 10/03/2015) Deni (tempestade subtropical em 16/12/2016) Eçaí (tempestade subtropical em 16/11/2016) Guará (tempestades subtropical em 10/12/17). Próximo nome na lista da Marinha do Brasil, “Iba”.

Confirmando as projeções da última semana, entre os dias (18 e 21/03), formará um centro de baixa pressão, ciclone sub/tropical na região Sudeste, ao norte do ES, afastado da costa brasileira. Poderá provocar ventos fortes no litoral, linhas de instabilidades (LI) e risco de ressaca entre às áreas Alfa e Bravo. As condições atmosféricas poderão ocasionar em tempo severo em boa parte do país, em parte do Sul, Centro-Oeste, Sudeste e Nordeste com a formação da ZCOU (Zona de Convergência de Umidade) com risco para enchentes, inundações e deslizamentos de encostas associadas as linhas de instabilidade (LI) devido ao ciclone no Oceano Atlântico Sul.

Os risco aumentam de temporais até a madrugada, em boa parte do país, devido a formação do ciclone de origem subtropical com 998 hPa, segundo às projeções do modelos GFS, ECMWF e NAVAGEM. Os grandes volumes de chuvas associadas a umidade da Amazônia, poderão ocasionar em enchentes. As tempestades poderão ocorrer ao longo do dia, entre os estados. Linhas de instabilidades podem produzir CCM (Complexo Convetivo Mesoescala) ou SCM (Sistema Convectivo Mesoescala). Não se descarta chance para formação de “tornados” devido as nuvens convectivas.

GFS- NOAA – 18 a 26/03

ACUMULADOS DE CHUVAS, riscos potenciais:
Chuva entre 50 a 100 mm/h ou 100 a 200 mm/dia. Risco de alagamentos, deslizamentos de encostas, transbordamentos de rios, em cidades com tais áreas de risco.

Instruções:
Evite enfrentar o mau tempo.
Observe alteração nas encostas.
Se possível, desligue aparelhos elétricos e quadro geral de energia.
Em caso de situação de inundação, ou similar, proteja seus pertences da água envoltos em sacos plásticos.
Obtenha mais informações junto à Defesa Civil (telefone 199) e ao Corpo de Bombeiros (telefone 193).

TEMPO SEVERO, riscos potenciais para tornados:
Chuva entre 100 mm/h ou 50 e 100 mm/dia, ventos intensos (a partir 117 Km/h), e queda de granizo. Risco para destelhamentos de casas, queda de árvores e postes quebrados, e alagamentos.

Instruções:

– Em caso de rajadas de vento: (não se abrigue debaixo de árvores, pois há risco de queda e descargas elétricas e não estacione veículos próximos a torres de transmissão e placas de propaganda).
– Se possível, desligue aparelhos elétricos e quadro geral de energia.

Obtenha mais informações junto à Defesa Civil (telefone 199) e ao Corpo de Bombeiros (telefone 193).

Estimativas para a semana de (18/03 a 26/03/2019):

Segunda-feira (18/03): a cidade do RJ, segue com céu claro e muito calor associado à ASAS (Alta Subtropical do Atlântico Sul) com 1023 hPa no oceano, o que contribui para as temperaturas altíssimas, acima de 42º graus. Existe possibilidade para ventos costeiros na região Sudeste ao longo do dia, durante a formação do ciclone. Até a madrugada, baixas pressões da Amazônia se alinharão com o oceano, produzindo temporais sobre SP, MS, MT, GO, DF, MG, RJ (interior do estado) e ES, na forma de linhas de instabilidades, que poderão ocasionar em chuvas volumosas associadas à formação de CCMs (Complexo Convetivo Mesoescala) ou SCM (Sistema Convectivo Mesoescala). Não se descarta chance para formação de “tornados” devido às nuvens convectivas.

Terça-feira (19/03): durante a madrugada o ciclone subtropical se intensifica, afastado da costa do Sudeste, reforçando as áreas de instabilidade entre os estados do Sul, Centro-Oeste, Sudeste e parte do Nordeste. No período da tarde até o anoitecer, o ciclone ganha as características e novos episódios de LI (Linhas de Instabilidades) associadas às CCMs (Complexo Convetivo Mesoescala) ou SCM (Sistema Convectivo Mesoescala). Não se descarta chance para formação de “tornados” devido às nuvens convectivas. Existe possibilidade para ventos costeiros na região Sudeste ao longo do dia, devido ao ciclone.

ATENÇÃO! No final da tarde, nuvens convectivas associadas à formação do ciclone subtropical, segundo as projeções dos modelos GFS e ECMWF, poderão causar tempo severo entre parte do Sul, Centro-Oeste, Sudeste e parte do Nordeste (BA). Não se descarta chance para formação de tornados devido às nuvens convectivas.

Quarta-feira (20/03): começa o Equinócio de Outono. Verão se despedindo na forma clássica, com forte onda de calor e ciclone no mar. Novos episódios da ASAS poderão inibir a formação de nuvens sobre boa parte do Sudeste. No RJ, há maiores chances para pancadas de chuvas, localmente forte, entre as regiões da Costa Verde, Serrana, Norte e Noroeste Fluminense e dos Lagos. Fica dito que as maiores chances de chuvas volumosas poderão afetar todas as regiões até o anoitecer de maneira vespertina. Linhas de instabilidades (LI) sobre as regiões. Não se descarta chance para formação de tornados devido às nuvens convectivas.

ATENÇÃO! Possível nomeação do ciclone sub/tropical “Iba” pela Marinha do Brasil em Tupi Guarani ou mesmo pela NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration) pode estar no Sudeste, ao Norte do ES, no meio do Oceano Atlântico Sul, conforme marcação pela agencia desde o último dia 17/03.

=== ATENÇÃO SUDESTE E NORDESTE ===

Quinta (21/03): divergências dos modelos GFS, ECMWF, GEM e INCO, chance para novos episódios de chuvas volumosas associadas à formação da ZCOU (Zona de Convergência de Umidade) ou mesmo da ZCAS (Zona de Convergência do Atlântico Sul) poderão ocasionar em enchentes, inundações e deslizamentos de encostas. Ciclone entra em dissipação. Chances para tempestade permanecem entre as regiões mencionadas acima, devido à formação de novo cavado sobre o Nordeste, que poderá acarretar em grandes prejuízos às populações, devido aos grandes volumes de chuvas associadas. Segundo projeções, uma frente estacionária subtropical.

Sexta-feira (22/03): divergências dos modelos GFS, ECMWF e NAVAGEM, a convergência de umidade ganha força por dentro do país. Chance para temporais de forma generalizada, incluindo todo o Centro-Oeste, Sudeste e Nordeste. Novo episódio no Oceano Atlântico Sul. Chance para uma depressão sub/tropical na costa da BA. A frente-fria no oceano afastada da costa do Sul do Brasil, não romperá o bloqueio da ASAS (Alta Subtropical do Atlântico Sul) no Oceano Atlântico.

==== PROJEÇÕES FUTURAS ====

Sábado (23, 24 e 25/03): risco para formação da ZCAS (Zona de Convergência do Atlântico Sul) poderá ocasionar em enchentes, inundações e deslizamentos de encostas sobre todo o Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste do Brasil, devido à formação de outro cavado de superfície, que poderá causar muitos prejuízos. Divergências dos modelos INCO, GEM, NAVAGEM. Chance para outro ciclone sub/tropical na região costeira da BA, ES e RJ? Ou somente uma mera frente estacionária subtropical?

Fonte de pesquisa:
NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration), NASA, GFS, INPE, INMET, SIMEPAR, Marinha do Brasil e RINDAT.