Por Kathleen Rebustini
Os fenômenos acontecem em regiões com condições bastante secas. Maior probabilidade nas regiões sudeste e centro-oeste, no nordeste, e em menor frequência no sul do país.
Segundo o professor Luiz Felippe Gozzo – Meteorologista formado pela Universidade de São Paulo com doutorado nas áreas de Climatologia Dinâmica e Meteorologia Sinótica e atualmente professor do curso de bacharelado em Meteorologia da UNESP – Bauru/SP, Haboob é o nome árabe que se dá a uma forte tempestade de areia, comum em países áridos da Ásia e África.
“Ele ocorre quando há a passagem de uma frente fria, ou a formação de nuvens de tempestade (Cumulonimbus), sobre uma região desértica ou muito seca. Nestas nuvens de tempestade existem correntes de vento que sopram da nuvem em direção ao solo, que podem ser bastante fortes. Tais correntes descendentes de vento, ao chegar no solo, levantam e transportam areia e poeira, formando então o haboob”, completa.
Moradores de Colombia-SP registram uma Dust Devil em setembro de 2021, reprodução rede sociais.
Apesar de não acontecer com frequência, quando as condições climáticas propiciam a formação desses fenômenos as áreas mais afetadas são as regiões sudeste e centro-oeste do país, nas quais ocorrem longos períodos de estiagem, principalmente no inverno. Também no nordeste e, raramente, podem ocorrer no sul do país em condições de seca prolongada.
Segundo os últimos registros, dois Habbos ocorreram entre final de setembro e início de outubro de 2021, quando uma tempestade de areia atingiu ao menos 11 cidades do interior de SP: Ribeirão Preto, Jardinópolis, São Joaquim da Barra, Pitangueiras, Colômbia, Serrana e Sertãozinho. Algumas pessoas morreram, outras ficaram feridas. As cidades ficaram sem energia e em estado de emergência.
–Dusty Devil
Segundo o Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos (National Weather Service), Dusty Devil ou redemoinho é um fenômeno de vento comum que ocorre em grande parte do mundo.
Esses vórtices cheios de poeira, criados pelo forte aquecimento da superfície, são geralmente menores e menos intensos que um tornado. Diâmetros típicos de redemoinhos de poeira variam de 10 a 300 pés, com uma altura média de aproximadamente 500 a 1000 pés.
Na maioria dos locais, os redemoinhos de poeira normalmente duram apenas alguns minutos antes de se dissiparem. Embora, em desertos típicos do norte do Arizona, os redemoinhos de poeira possam atingir alturas de vários milhares de pés e durar na ordem de uma hora ou mais. As velocidades do vento em redemoinhos de poeira maiores podem chegar até 100 km/h.
Apesar de geralmente serem menores que os tornados, os redemoinhos de poeira ainda podem ser destrutivos, pois levantam poeira e outros detritos no ar. Pequenas estruturas podem ser danificadas e até mesmo destruídas se estiverem no caminho. Os Dusty Devils também podem alastrar fogo na mata seca e causar fortes focos de incêndio.
Sobre a diferença entre Haboob e Dusty Devil, o professor nos conta que ambos ocorrem em tempo seco, mas ao contrário dos habbos, os Dusty Devils não estão associados a grandes nuvens de tempestade, e sim apenas ao aquecimento do solo.
“Quanto mais estável e aberto estiver o tempo, mais provável de ocorrer. Em termos de área, eles podem acontecer em qualquer lugar do Brasil, não há uma área mais propícia. Desde que haja aquecimento suficiente”, completa.
O último Dusty Devil registrado em vídeo ocorreu em janeiro deste ano na cidade Uruguaiana, fronteira oeste do Rio Grande do Sul. No Brasil há poucos arquivos de fotos e vídeos desses eventos. Se você registrou algum envie para os Caçadores de Tempestades em: pauta.cacadores@gmail.com
Se você deseja entrar em contato com o professor Luiz Felippe Gozzo basta enviar um e-mail para luiz.tarocchi@gmail.com
Descrição: Esse vídeo não pertence ao site Photografia Meteorológica. Caso alguém conheça o autor do conteúdo, por favor faça contato para inserir os créditos devidamente.