Matéria publicada 20 de Maio de 2019. Dois ciclones raros no oceano Atlântico Sul!
No final de semana ocorreram muitas chuvas na região sudeste, associadas à formação da depressão subtropical na costa de SP, RJ e ES, causando muitos prejuízos entre os estados. No período da tarde deste domingo, 19/05, a Marinha do Brasil, órgão responsável pela bacia do Atlântico Sul desde 2011, nomeou o sistema como depressão. Nesta segunda-feira, 20/05, renomeou para Tempestade Subtropical Jaguar.
A semana inicia-se com temporais entre o Paraguai, a Argentina e o Uruguai (divisa com os estados do sul) e parte do sudeste do Brasil, associadas à passagem do Jaguar pelo oceano. A baixa pressão, de características tropicais, sinalizada por alguns modelos GFS, ECMWF e GEM sugerem pouca chuva e de maneira isolada.
Os ciclones de características subtropicais são mais propensos a se formarem no verão. Nos últimos meses, desde o verão 2018, a TSM (temperatura de superfície do mar) na costa brasileira tem se mantido acima da média entre 27ºC a 30ºC. O El Niño, nesse outono, está produzindo algumas anomalias. Nessas últimas semanas, a onda tropical tem causado muitas tempestades no continente sul-americano.
Nomes dos ciclones subtropicais nomeados pela Marinha do Brasil, órgão responsável pela bacia desde 2011, em acordo com a agência NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration): Arani (tempestade subtropical em 14/03/2011), Bapo (tempestade subtropical em 06/02/2015), Cari (tempestade subtropical em 10/03/2015), Deni (tempestade subtropical em 16/12/2016), Eçaí (tempestade subtropical em 16/11/2016), Guará (tempestade subtropical em 10/12/17), Iba (tempestade tropical em 23/03/2019) e Jaguar (tempestade subtropical em 19/05/2019).
ACUMULADOS DE CHUVAS, riscos potenciais:
Chuva entre 50 a 100 mm/h ou 100 a 200 mm/dia. Risco de alagamentos, deslizamentos de encostas, transbordamentos de rios, em cidades com tais áreas de risco.
Instruções:
Evite enfrentar o mau tempo.
Observe alteração nas encostas.
Se possível, desligue aparelhos elétricos e quadro geral de energia.
Em caso de situação de inundação, ou similar, proteja seus pertences da água envoltos em sacos plásticos.
Obtenha mais informações junto à Defesa Civil (telefone 199) e ao Corpo de Bombeiros (telefone 193).
TEMPO SEVERO, riscos potenciais para tornados:
Chuva entre 100 mm/h ou 50 e 100 mm/dia, ventos intensos (a partir 117 Km/h), e queda de granizo. Risco para destelhamentos de casas, queda de árvores e postes quebrados, e alagamentos.
Instruções:
– Em caso de rajadas de vento: (não se abrigue debaixo de árvores, pois há risco de queda e descargas elétricas e não estacione veículos próximos a torres de transmissão e placas de propaganda).
– Se possível, desligue aparelhos elétricos e quadro geral de energia.
Obtenha mais informações junto à Defesa Civil (telefone 199) e ao Corpo de Bombeiros (telefone 193).
Aviso de mau tempo – Marinha do Brasil
AVISO NR 423/2019
AVISO ESPECIAL
EMITIDO ÀS 1500 HMG-SEG-20/MAI/2019
TEMPESTADE SUBTROPICAL “JAGUAR” COM PRESSÃO CENTRAL DE 1010 HPA EM 24S038W, MOVENDO-SE PARA SUL/SUDESTE A UMA VELOCIDADE ESTIMADA DE 15 NÓS COM PREVISÃO DE VENTOS CICLÔNICOS FORÇA 8/9 COM RAJADAS NO SETOR SUL DO SISTEMA NA ÁREA DELTA (ES) A 100 MN DA COSTA E NA ÁREA BRAVO (SUDESTE) A LESTE DE 044W. MAR GROSSO/MUITO GROSSO ASSOCIADO COM ONDAS DE 3.0/5.0 METROS. POSIÇÃO PREVISTA EM 210000 HMG EM 26S038W.
VÁLIDO ATÉ 231200 HMG.
Estimativas para a semana de (20 a 26/05/2019):
Segunda-feira (20/03): a cidade do RJ seguiu com céu claro e calor associados à alta pressão no interior do país. No final de semana, a alta do Atlântico com 1033 hPa nos últimos dias no Oceano Atlântico, produziu novo episcópio de friagem entre os estados. Nessa segunda, a Marinha do Brasil, órgão responsável pela Bacia do Atlântico Sul, renomeou a tempestade subtropical Jaguar distante da costa do sudeste, entre o ES e RJ. No período da tarde, ocorreram chuvas isoladas entre MG, SP e RJ (na região serrana). Existe possibilidade para ventos costeiros na região sudeste ao longo da madrugada, associada à tempestade Jaguar no oceano.
ATENÇÃO, região central do Brasil: uma alta pressão irá influenciar nas temperaturas nos próximos dias, garantindo pouca nebulosidade sobre grande parte do centro-oeste e sudeste.
ATENÇÃO!
Terça-feira (21/05): durante a madrugada o subtropical Jaguar se intensificará, afastado da costa, reforçando as áreas de instabilidade no litoral nordestino. No período da tarde até o anoitecer, novo cavado com 1009 hPa, entre a Argentina, o Uruguai e o RS (sul do Brasil), poderá causar chuvas intensas, acompanhadas de descargas elétricas, vendavais de 100 km/h e queda de granizo associados ao calor e à umidade. Segundo as modelagens GFS e ECMWF, nova baixa pressão, cavado de superfície não frontal, de origem subtropical entre o Uruguai, RS e SC poderá ocasionar em temporais associadas às linhas de Instabilidades (LI) associadas às CCMs (Complexo Convetivo Mesoescala) ou SCM (Sistema Convectivo Mesoescala). Não se descarta chance para formação de “tornados” devido às nuvens convectivas. Existe possibilidade para ventos costeiros na região devido à baixa pressão.
ATENÇÃO!
Quarta-feira (22/05): A tempestade subtropical Jaguar avança para o alto mar se tornando em ciclone extratropical ou mesmo dissipando. Divergências dos modelos.
ATENÇÃO! Novo cavado não frontal com 1012 hPa entre o Paraguai, a Argentina, o Uruguai e o sul do Brasil (RS, SC e PR). Risco para a população devido aos volumes de chuvas de 75 a 100 mm para cada três horas. O sistema de baixa pressão poderá ocasionar na formação de linhas de instabilidades, as CCMs (Complexo Convectivo Mesoescala) ou SCM (Sistema Convectivo Mesoescala).
ATENÇÃO!
Quinta-feira (23/05): por divergências dos modelos GFS, ECMWF e GEM, manteremos a posição para outra área de baixa pressão, cavado de superfície não frontal de acordo com modelos GFS publicado acima.
ATENÇÃO! Os riscos aumentarão durante a noite e madrugada. Outra área de baixa depressão de origem subtropical, segundo as projeções em 850 hPa, se intensificará, causando possíveis transtornos a nível de chuvas e ventos costeiros fortes nas regiões litorâneas do sul ao sudeste do Brasil. Nos últimos meses, notamos mudanças significativas nos padrões atmosféricos, principalmente com relação aos ventos. Acredita-se que, com a chegada do El Niño, choverá mais sobre o país e novos episódios, como o Jaguar, poderão se repetir.
Seguiremos os modelos para baixas pressões de núcleo quente, conforme visto nos modelos da NOAA. Acreditamos que este posicionamento pode gerar alguns conflitos de opiniões sobre as condições atmosféricas nos próximos dias. Em caso de confirmação, devem ter cuidado para as condições atmosféricas e os riscos que este tipo de sistema pode produzir.
ATENÇÃO!
Sexta-feira (24/05): divergências dos modelos GFS, ECMWF e NAVAGEM. A convergência de umidade ganha força por dentro do país. Chance para temporais de forma generalizada, incluindo todo o centro-oeste e sudeste associados à depressão subtropical, podendo ocasionar em grandes acumulados de chuvas entre o RS, SC, PR e SP. Outra divergência dos modelos não indica grandes acumulados para o RJ mas, se tratando de um sistema deste tipo, mantemos os risco para tempestades entre a costa verde, serrana, talvez capital, norte e noroeste e região dos lagos. Esta divergência sugere que a alta pressão no interior do país impeça que as chuvas cheguem com força, talvez nas regiões litorâneas, quando a depressão avançar para o oceano.
ATENÇÃO! A depressão subtropical poderá acarretar em chuvas volumosas, acompanhadas de descargas elétricas, vendavais de 100 km/h e queda de granizo, associados ao calor e à umidade. O ciclone poderá causar ventos costeiros e agitação marítima entre o sul e o sudeste.
ATENÇÃO, FINAL DE SEMANA
Sábado (25/05): divergências dos modelos GFS 850 hPa sugerem a chegada de uma massa de ar frio, que poderá ocasionar quedas de temperaturas entre o Paraguai, a Argentina, sul do Brasil e a região sudeste, podendo ocasionar em temporais fortes devido às massas de ar quente sobre o país. Seguindo as projeções, a depressão avançará para o oceano. No domingo, chance para forte onda de calor entre as regiões mencionadas.
Pelo que tudo indica, o El Niño veio acalorar esse outono trazendo muitas modificações na atmosfera e contribuindo no aumento significativo das tempestades sobre o país.
Fonte de pesquisa:
NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration), GFS, GEM, NAVAGEM, CMC, INCO, INPE e INMET.